A rivalidade entre Xbox e PlayStation ganhou um novo capítulo nos bastidores. Peter Moore, ex-chefe da divisão de jogos da Microsoft, acaba de lançar o livro “Game Changer” e detalha como o medo de ver a Sony controlar a sala de estar norteou cada passo da empresa de Bill Gates.
Em entrevista recente, Moore explicou que a ameaça não era apenas sobre consoles, mas sobre todo o ecossistema de entretenimento doméstico. TVs, tocadores Blu-ray e aparelhos de som da fabricante japonesa já ocupavam a casa dos consumidores, e a Microsoft temia ficar restrita ao escritório, associada apenas a produtividade.
Por que a Microsoft temia domínio da Sony na sala de estar
Segundo Moore, a preocupação partia diretamente de Bill Gates. O cofundador da companhia via a Sony como candidata natural a transformar o televisor no centro digital da casa, integrando vídeo, música e, claro, jogos. “Parecia inevitável”, relembra o executivo.
Esse cenário mobilizou engenheiros e marketeiros em Redmond. A ordem era simples: levar a marca Windows para o sofá da família e impedir que o PlayStation se tornasse sinônimo de centro de mídia. O resultado foi o primeiro Xbox, lançado em 2001, com recursos multimídia incomuns para a época.
A estratégia ia além do hardware. A Microsoft queria criar um serviço online que conectasse milhões de pessoas, algo inédito antes das redes sociais. Esse esforço culminou no Xbox Live, pilar que diferenciará a plataforma até hoje.
Nascimento do Xbox Live e recrutamento de Peter Moore
A construção do Xbox Live começou logo após a definição da arquitetura do console. A equipe acreditava que partidas multiplayer globais reforçariam o posicionamento da marca como serviço — ponto que, na visão de Gates, a Sony ainda não dominava.
Imagem: Bruno Galvão
Peter Moore e o convite irrecusável
Moore conta que a proposta de participar dessa “internet dos jogos” foi decisiva para trocar a Sega pela Microsoft em 2003. Ele viu no Xbox Live a chance de conectar jogadores em escala mundial, algo que nenhuma outra plataforma oferecia naquele momento.
Empolgado, o executivo assumiu a linha de frente do lançamento do Xbox 360, usando o serviço online como principal argumento de venda. A aposta se mostrou acertada: em poucos anos, milhões de assinantes pagavam para disputar partidas, baixar conteúdos extras e conversar por voz — funcionalidades que redefiniram o padrão da indústria.
Hoje, quase duas décadas depois, Moore enxerga aquele medo inicial como catalisador de inovação. Para nós, leitores do OrdemGeek, a história ilustra como a rivalidade entre gigantes pode acelerar avanços que mudam a forma de jogar e de se relacionar online.
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