Investir milhões em apenas um punhado de grandes lançamentos deixou de ser uma aposta segura, alerta Meghan Morgan Juinio, ex-co-chefe da Sony Santa Monica. Para a executiva, o mercado de jogos blockbuster vive um cenário que não se sustenta no longo prazo, principalmente após a euforia dos anos de pandemia.
Falando durante a Gamescom Asia, Juinio defendeu que a indústria precisa rever suas estratégias nos próximos cinco a dez anos. Do contrário, a concentração de recursos em poucos projetos seguirá alimentando demissões, cancelamentos e o encerramento de estúdios inteiros.
O risco de concentrar milhões em poucos títulos
De acordo com a ex-chefe do estúdio responsável por God of War, depender de um único catálogo de jogos blockbuster coloca empresas em uma rota perigosa. Orçamentos cada vez maiores elevam o nível de risco e reduzem a margem para erros, situação que já provocou cortes significativos em 2023.
Segundo Juinio, muitas publishers foram otimistas demais durante a pandemia e projetaram um crescimento permanente da base de jogadores. Quando o mercado desacelerou, a conta chegou: adiamentos, cancelamentos e times inteiros dispensados para equilibrar o caixa.
Mundos abertos já não impressionam tanto
Ela observa que visuais fotorealistas ou mapas gigantescos não garantem mais sucesso. Exemplos como Astro Bot provam que experiências menores, mas criativas, continuam cativando o público.
Diversificação como saída para o mercado
Juinio não propõe abandonar franquias consagradas, como Call of Duty ou God of War. Para ela, esses títulos seguem indispensáveis, mas precisam conviver com produções AA, A e até independentes, criando um portfólio equilibrado e menos vulnerável a falhas de lançamento.
Imagem: Divulgação
“Precisamos planejar intencionalmente onde queremos chegar”, destacou. Ao distribuir investimentos entre projetos de diferentes escalas, as empresas reduzem riscos e ampliam a chance de inovação — algo que jogadores já demonstram valorizar.
Hora de pensar além do impulso pós-pandemia
O momento, reforça a executiva, é ideal para traçar metas realistas e reconquistar a confiança dos profissionais afetados por cortes recentes. Essa visão, compartilhada por especialistas ouvidos pelo Resumo de Novelas, sugere que a era dos megaproduções únicas deve abrir espaço para maior variedade de experiências.
No fim, Meghan Morgan Juinio defende que sustentabilidade no setor virá com equilíbrio: grandes blockbusters continuarão existindo, mas acompanhados de títulos menores capazes de surpreender e, principalmente, manter a indústria saudável.
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