A Bandai Namco abre cursos de produção de anime e dá um passo ousado para enfrentar a escassez de profissionais qualificados no Japão.
Nos próximos dois anos, a divisão Filmworks quer reduzir o gargalo de mão de obra e manter o padrão de qualidade de seus estúdios.
Para isso, a companhia planeja formar equipes inteiramente treinadas internamente, prontas para tocar projetos originais.
O movimento chega em um momento de rápido crescimento: o mercado já ultrapassou a marca de 300 animes lançados por ano em 2025.
Sem novos talentos, a corrida por prazos sufoca estúdios e compromete resultados.
Por isso, a Bandai Namco aposta em educação própria como solução sustentável, estratégia que chama atenção de veículos como o OrdemGeek.
Bandai Namco abre cursos de produção de anime para formar novos talentos
O plano inclui quatro unidades: Sunrise Animation School, Sunrise Art School, Screenplay School e Production School.
Cada uma cobre uma etapa essencial da cadeia produtiva, de desenho a roteiro, passando por gerenciamento de projetos de animação.
Alunos bem-sucedidos podem ingressar diretamente nas equipes internas ou apresentar pitches de obras originais.
Segundo a companhia, a prioridade é recrutar jovens recém-saídos do ensino médio e da universidade.
Eles recebem treinamento prático enquanto já colaboram em produções em andamento, acelerando a curva de aprendizado.
Quem já trabalha na Bandai Namco Filmworks também tem a opção de mudar de área ao se matricular nos novos programas.
Ao usar salas e equipamentos do próprio estúdio, a empresa garante que as aulas reflitam o ritmo real da indústria.
Isso significa contato diário com pipelines profissionais, softwares atualizados e orientação de veteranos que assinam séries populares.
A meta é colocar a primeira turma completa no mercado antes do fim de 2025.
Como as novas escolas internas podem impactar toda a indústria
Não é só a casa que ganha: formar mão de obra em larga escala tende a aliviar a sobrecarga de estúdios parceiros.
Quando profissionais já chegam prontos, cronogramas ficam menos apertados e a qualidade geral sobe.
Além disso, o modelo ajuda a fidelizar criadores, reduzindo turnover e perdas de conhecimento.
Imagem: Bruno Galvão
Oportunidade para projetos autorais
Um atrativo central é o incentivo a ideias inéditas.
Estudantes podem apresentar propostas que, se aprovadas, entram na linha de produção sem depender de comissões externas.
Essa política abre espaço para narrativas fora do padrão, aumentando a diversidade de estilos e gêneros que chegam ao público.
Com mais apostas autorais, a máquina de licenciamento da Bandai Namco ganha novo combustível para jogos, filmes e produtos.
Especialistas lembram que o sucesso do programa depende de continuidade financeira e acompanhamento pedagógico.
Caso dê certo, a iniciativa pode virar referência e inspirar outras empresas a criar academias próprias, reforçando toda a cadeia de animação japonesa.
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