Uma simples pesquisa no ChatGPT acabou expondo a Krafton a uma batalha judicial de alto valor. Documentos apresentados à Justiça norte-americana mostram que o CEO da Krafton, Changham Kim, perguntou ao chatbot como cancelar bônus prometidos aos criadores de Subnautica.
O assunto veio à tona após a demissão dos fundadores da Unknown Worlds e o adiamento de Subnautica 2 para 2026. Agora, a conversa com a IA se tornou peça-chave no processo que tenta garantir o pagamento de US$ 250 milhões em incentivos atrasados.
CEO da Krafton usou ChatGPT para driblar bônus
Em julho, a Krafton dispensou Max McGuire e Charlie Cleveland, cofundadores da Unknown Worlds, e postergou o novo Subnautica. Segundo Kim, a empresa descobriu que os dois “não estariam atuando diretamente” no projeto, argumento que eles classificam como falso.
A partir daí, o CEO da Krafton envolveu os departamentos jurídico, corporativo e de relações públicas para buscar saídas. Paralelamente, abriu o ChatGPT e perguntou quais “direitos” a publisher possuía para não desembolsar os bônus combinados. O próprio executivo relatou esse passo em depoimento recente.
Uma das mensagens registradas no processo mostra Kim alertando a chefe de desenvolvimento corporativo: “Agora o ChatGPT está dizendo que é difícil cancelar o bônus. Se for assim, teremos de cumprir o contrato contra a nossa vontade”. O texto foi posteriormente apagado, mas já havia sido salvo pelos advogados dos ex-funcionários.
Disputa em torno de Subnautica 2 vai parar nos tribunais
Os representantes de McGuire e Cleveland alegam que o CEO da Krafton baseou-se em respostas notoriamente imprecisas do ChatGPT para justificar a quebra contratual. Eles anexaram aos autos o link consultado pelo executivo, ressaltando a fragilidade da fonte.
Imagem: Divulgação
Registros das conversas comprometem executivo
Apesar de Kim ter deletado várias consultas ao ChatGPT, os advogados obtiveram backups que revelam o teor das perguntas. As buscas detalham estratégias para postergar pagamentos e até sugestões de rescindir bônus sem litígio, reforçando a intenção de não honrar o acordo.
O CEO afirmou que apagou os registros por temer que dados internos da Krafton fossem usados para treinar a IA da OpenAI. Ainda assim, o material vazado pesa contra a empresa e sustenta a acusação de má-fé contratual.
Enquanto luta na Justiça, a Krafton anuncia internamente uma política “AI-first”. Contratações estão congeladas e programas de desligamento voluntário foram abertos. A postura reforça a percepção dos ex-líderes de Subnautica de que a publisher, citada aqui no OrdemGeek, busca substituir funções humanas por algoritmos, mesmo que isso custe a imagem da marca.
Acesse diariamente nossas dicas sobre animes e games para não perder nada. Siga também o OrdemGeek no Facebook!
