Dan Houser, célebre roteirista por trás de Grand Theft Auto 3, GTA 4 e Red Dead Redemption 2, voltou aos holofotes para falar sobre inteligência artificial. Em meio à divulgação do livro “A Better Paradise Volume One: An Aftermath”, ele contou que vem testando a tecnologia em seu próximo projeto.
Apesar dos experimentos, Houser garante que a hype pode ser maior que a entrega. Para ele, a inteligência artificial nos games está longe de representar a “revolução definitiva” apregoada por empresas e investidores.
Inteligência artificial nos games: promessas x realidade
Durante uma entrevista sobre o novo livro, que narra o desastre de um jogo dominado por IA, Houser revelou que seu estúdio ainda se encontra nos primeiros anos de produção do próximo título. “Na minha história há muitos personagens de IA, e estamos brincando com isso no desenvolvimento real”, explicou.
Mesmo animado com as possibilidades, o criador aponta limitações práticas. Segundo ele, determinadas áreas do processo de criação — como geração de assets repetitivos ou ajustes de comportamento de NPCs — podem sim se beneficiar. Porém, ferramentas de IA não substituem a criatividade humana na escrita de roteiros complexos ou no design de missões, reforçando que “não vai resolver todos os problemas”.
Principais pontos citados por Dan Houser
- IA ajuda em tarefas específicas, mas não cobre todo o ciclo de produção
- Empresas exageram o potencial para valorizar ações e atrair investimentos
- Computadores já realizavam partes do que hoje se rotula como IA
Para o autor, é essencial analisar com calma cada caso de uso antes de apostar todo o orçamento em soluções automatizadas. Ele acredita que equipes menores podem ganhar eficiência, mas projetos AAA ainda dependem fortemente de talento humano.
Críticas ao hype e impactos futuros na indústria
Houser afirma que existe um lobby interessado em vender a ideia de que a inteligência artificial nos games mudará tudo da noite para o dia. “Muitos querem que você pense que será transformador”, disse, sugerindo cautela antes de aderir às promessas.
Imagem: Bruno Galvão
Nesse cenário, o escritor recomenda olhar para resultados concretos em vez de discursos comerciais. Ele reforça que diversos aspectos que hoje recebem o selo de IA nada mais são que avanços incrementais de técnicas já existentes em engines tradicionais.
A fala repercutiu rapidamente entre fãs de GTA, estúdios independentes e grandes publishers, reacendendo o debate sobre o custo-benefício dessa tecnologia. Aqui no OrdemGeek, seguimos de olho em como o mercado irá equilibrar expectativa e realidade à medida que novos jogos surgem com recursos inteligentes.
Enquanto isso, “A Better Paradise Volume One: An Aftermath” segue à venda, oferecendo uma visão ficcional — porém fundamentada — sobre o que pode acontecer quando a inteligência artificial nos games ultrapassa limites sem supervisão humana.
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