Os fãs que cresceram acompanhando episódios inéditos de anime todo fim de semana estão prestes a viver uma grande virada. A Toei Animation confirmou que, em 2026, One Piece deixará o cronograma semanal para adotar um modelo por temporadas.
O anúncio praticamente encerra a era dos animes semanais de longa duração, formato que consagrou títulos como Naruto, Bleach e Black Clover. O site Resumo de Novelas explica, nesta matéria, os fatores que aceleraram essa mudança.
Do sofá da TV ao catálogo de streaming
Há dez anos, o consumo de animação japonesa era majoritariamente doméstico e linear: um episódio por semana na televisão local. Com a ascensão global de plataformas como Crunchyroll, Netflix e Amazon Prime Video, esse hábito mudou.
As empresas de streaming preferem produtos fechados, com início e fim definidos, para facilitar campanhas, localização e distribuição em lotes. Essa estratégia valoriza cada lançamento, gera picos de audiência, impulsiona assinaturas e permite negociar eventos e licenciamentos com mais clareza.
Marketing e catálogo andam juntos
Ao concentrar episódios em blocos de 12 ou 24 capítulos, os estúdios criam “momentos especiais” que funcionam melhor em campanhas promocionais. Além disso, temporadas bem delimitadas ajudam o espectador a maratonar e a acompanhar várias produções ao mesmo tempo, prática cada vez mais comum.
Pressão sobre estúdios e profissionais
O sistema tradicional japonês, baseado em baixos orçamentos por episódio, prazos apertados e forte subcontratação de freelancers, ficou insustentável. Crises de mão de obra e relatos de esgotamento afetaram a qualidade de séries exibidas sem interrupção.
Imagem: Divulgação
Ao optar pelo formato sazonal, as produtoras ganham meses extras de produção, conseguem reter talentos e prometem entregar animação mais polida. A mudança também reduz o turnover de animadores e diminui o risco de atrasos que comprometem a reputação do estúdio.
O que esperar daqui para frente
Com One Piece aderindo ao calendário por temporadas em 2026, especialistas já consideram raros os casos de títulos inéditos que mantenham exibição semanal contínua. Para o público, o novo modelo significa intervalos maiores, mas também a promessa de histórias melhor acabadas.
No fim das contas, o cenário aponta para a consolidação dos animes semanais como uma lembrança nostálgica, enquanto o formato sazonal se firma como padrão, guiado pelas demandas do streaming e pela necessidade de condições de trabalho mais sustentáveis.
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